Muitos brasileiros ainda investem na poupança justificando que este é o investimento mais seguro. De acordo com o Banco Central, pela primeira vez em 2016 os depósitos na caderneta de poupança superaram a onda de saques que vinha ocorrendo. O grande motivo é o pagamento da primeira parcela do 13º salario. Em novembro, a captação líquida somou R$ 1,881 bilhão. O retorno absoluto da poupança até outubro de 2016 8,33% ao ano.
A poupança já não se mostra há algum tempo como sendo a melhor forma de se investir em renda fixa. Em questões de segurança, liquidez e praticidade, outros investimentos como CDBs e títulos do Tesouro Direto já superaram a poupança. Além disso, vale lembrar que a poupança foi confiscada no Plano Collor.
Se a principal preocupação do investidor de renda fixa é segurança, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) foi criado em 1995 para institucionalizar uma rede de proteção para os depósitos e as aplicações dos clientes na instituições financeiras. As disposições legais e regulamentares do FGC são destinadas a:
(i) Proteger depositantes e investidores no âmbito do sistema financeiro, até os limites estabelecidos pela regulamentação;
(ii) contribuir para a manutenção da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional (SFN) de forma a prevenir a possibilidade de crise bancária sistêmica
As instituições associadas aos FGC são a Caixa Econômica Federal e as instituições constituídas sob a forma de banco múltiplo, banco comercial, de investimento, de desenvolvimento, sociedade de crédito de financiamento e investimento, sociedade de crédito imobiliário, companhia de crédito hipotecário e associação de poupança e empréstimo em funcionamento no Brasil que realizem as seguintes atividades:
- recebam depósito à vista, a prazo ou em contas de poupança
- realizem aceite em letras de câmbio
- captem recursos através de emissão e colocação de letras imobiliárias, letras hipotecárias, letras de crédito imobiliário, letras de credito de agronegócio
- captem recursos por meio de operações compromissadas
As garantias são feitas na hipótese de decretação da intervenção, liquidação extrajudicial da instituição associada e reconhecimento, pelo BC, do estado de insolvência de instituição associada que nos termos da legislação em vigor, não estiver na situação anterior.
Os seguintes créditos e investimentos são garantidos:
- depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio
- depósitos em contas de investimentos
- depósitos de poupança
- depósitos à prazo, com ou sem emissão de certificado
- depósitos mantidos em contas não movimentáveis por cheque referentes à prestação de serviços, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares
- letras de câmbio
- letras imobiliárias
- letras hipotecárias
- letras de crédito do agronegócio
O total de créditos de cada pessoa com a mesma instituição ou com todas as instituições do mesmo conglomerado financeiro tem garantia até o valor máximo de R$ 250.000,00. Para tanto, devem ser somados os créditos de cada credor identificado pelo seu respectivo CPF contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro.
As garantias são custeadas por contribuições ordinárias das instituições financeiras participantes (aplicação de alíquota de 0,0125% - 0,15% ao ano sobre o montante dos saldos das contas correspondentes às obrigações objeto de garantia). Também são receitas ao patrimônio do FGC: taxas de serviços decorrentes da emissão sem provisão de fundos, recuperações de direitos creditórios, resultado líquido dos serviços prestados e rendimentos de aplicação de recursos, remuneração e encargos correspondentes ao recebimento de valores devidos e receitas de outras origens.
De acordo com o relatório de demonstrações financeiras do 1º semestre de 2016 do FGC, a cobertura do FGC alcançava em junho deste ano montante necessário para cobrir 99,67% dos clientes. No primeiro semestre foi realizado o pagamento de cerca de R$ 31 milhões em garantias.
Ou seja, a poupança é só mais um dos tipos de investimentos que possuem garantia, logo a segurança deixa de ser um fator diferencial.
Referência: Fortuna, Eduardo, Mercado Financeiro - Produtos e Serviços, 20ª Edição, Qualitymark
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