segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Vamos falar um pouco sobre a Bolsa de Valores?

Uma bolsa de valores é peça fundamental para o bom funcionamento do chamado Mercado de Capitais. Antes de falarmos sobre a bolsa, vamos falar um pouco sobre a composição do mercado financeiro. Este é o ambiente que permite a compra e a venda de valores mobiliários (títulos de propriedade ou de crédito, emitido por um ente público ou privado, com características e direitos padronizados). Basicamente podemos dizer que é o mercado onde o que é negociado é o próprio dinheiro.

O mercado financeiro pode ser dividido em quatro grandes mercados:

- Mercado de Capitais: mecanismo de distribuição de valores mobiliários, que tem  objetivo de gerar liquidez aos títulos emitidos pelas empresas e viabilizar o seu processo de capitalização

- Mercado de Crédito: sistema financeiro onde ocorre o processo de concessão e tomada de crédito

- Mercado de Câmbio: mercado financeiro destinado a transações de câmbio

- Mercado Monetário: mercado financeiro relativo à concessão de empréstimos de curto prazo

Ou seja o Mercado de Capitais pode ser entendido como aquele em que as empresas acessam diretamente os investidores para captar recursos. Estes recursos são buscados para investimentos em projetos. 

A bolsa de valores é o local onde essas negociações ocorrem. Trata-se de uma instituição que faz parte do Sistema de Distribuição de Títulos e Valores Mobiliários. As Sociedades Corretoras têm acesso para repassar as ordens a seus clientes. Basicamente, as bolsas são associações privadas com o objetivo de efetuar o registro, a compensação e a liquidação física e financeira das operações realizadas com pregão ou sistema eletrônico. A fiscalização é feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

O que acontece basicamente é: um investidor que deseja comprar ações vai até sua corretora para que ela solte a ordem de compra. Em paralelo existe outro investidor que deseja vender suas ações. Este vai em sua corretora e também solta uma ordem, neste caso de venda. As duas corretoras lançam no sistema da Bolsa de Valores para que a negociação seja feita. Ou seja, o investidor não opera diretamente na bolsa de valores, é necessário ter uma corretora.

O chamado mercado de balcão organizado é também um mercado de valores mobiliários, porém sem que exista um local físico definido para a realização das transições. Ele é considerado como a porta de entrada para a bolsa de valores para empresas que possuam porte médio. Uma diferença importante entre mercado de balcão e bolsa de valores é que no mercado de balcão não existe o fundo de garantia para ressarcir os investidores em caso de erros sistêmicos.

No Brasil existe apenas uma bolsa de valores, mercadoria e futuros. Trata-se da BM&FBovespa. Uma sociedade anônima de capital aberto.

De acordo com dados da própria BM&FBovespa, em 2016 o número total de investidores pessoas físicas foi de 564.024, número muito baixo ainda (representa pouco menos de 0,30% da população).




















Como pode-se ver, nos últimos anos o número de investidores assumiu um comportamento de constância. Uma série de fatores podem explicar isso, como a educação financeira ainda engatinhando no país, ainda existem medos relacionados ao investimento em ações, falta de incentivos. Repare que a Veja fez uma reportagem em 2014 com o então presidente da Bovespa. Este havia traçado uma meta de 5 milhões de pessoas físicas para o ano de 2016.


Em próximos artigos, aprofundaremos em alguns mitos que ainda persistem sobre investimento na bolsa de valores.

Porém, em relação à negócios, o final de 2016 foi um bom ano para a Bovespa. O ano fechou com alta anual de 10,5% no volume financeiro total negociado, chegando em 1,85 trilhão de reais. Números que englobam os segmentos à vista, a termo e de opções.

Hoje a BM&FBovespa tem a seguinte lista de produtos:

- Commodities: açúcar cristal, boi gordo, café arabica, etanol anidro, etanol hidratado, milho, ouro, petróleo, soja
- Juros: cupons cambiais, IGP-M, IPCA, Taxa DI, Taxa Selic
- Moedas
- Renda Fixa Privada e Pública: fundos de investimentos, títulos provados, títulos públicos, títulos da dívida externa
- Renda Variável: ações, BDRs, CEPAC, ETF, Fundos de Investimentos, S&P 500, índice Bovespa, Índice Brasil 50, ìndices BRICS

No mercado de balcão ainda há derivativos, instrumentos estruturados e títulos financeiros. E ainda são negociados títulos do Tesouro Direto e Índices.

A lista de empresas listadas na bolsa podem ser consultadas neste link. Existem também empresas estrangeiras que são negociadas como Brazilian Depositary Receipts (BDRs).

Até pouco tempo atrás, a negociação de ações na bolsa de valores era daquela forma como víamos nos filmes, conhecido como pregão de viva voz. As pessoas ligavam para suas corretoras informando o que desejavam. Cada corretora tinha seus representes lá na Bolsa, que recebiam as ligações, e nos pregões, anunciavam a compra ou venda. O vídeo abaixo mostra como o ambiente era um verdadeiro tumulto na Bovespa.



Hoje é muito mais fácil negociar na bolsa de valores. O Home Broker é uma ferramenta oferecida pelas corretoras que permite ao acionista realizar diversas operações a partir da internet. A figura abaixo mostra um modelo de Home Broker utilizado pelas corretoras:


 A lista de corretoras pode ser vista neste link.

Referências: 

Bem-vindo à Bolsa de Valores - Marcelo Piazza
Sistema Financeiro Nacional - Edgar Abreu e Lucas Silva

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Previsões Macroeconômicas 2017

A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) publicou recentemente seu Relatório Macroeconômico, referente à Fevereiro de 2017. Este foi elaborado a partir da última reunião do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da ANBIMA. As percepções são de que o baixo dinamismo do nível da atividade e a convergência das expectativas inflacionárias para o centro da meta justificam a redução significativa da taxa de juros nos próximos meses. Ainda é incerta a recuperação acelerada da economia. Por enquanto o crescimento moderado não deve provocar uma melhora na renda e no mercado de trabalho nos curto e médio prazos.

Conforme previsão do Comitê, a taxa Selic caiu para 12,25% (redução de 0,75%). Acredita-se que esse ritmo se manterá até maio. A partir dai, o ritmo de corte pode cair para 50 pontos base nas de julho e setembro e 25 pontos base em outubro e dezembro. Assim, os juros girariam em torno de 9,25% no final de 2017.


Em relação à inflação, o Comitê acredita que este não será o grande desafio para a economia de 2017. A mediana do IPCA para 2017 foi revisada de 4,72% para 4,49%, em relação à janeiro. A maior parte das projeções concentrou-se nos intervalos entre 4,0% e 4,5% e 4,5% e 5,0%.

Em relação ao cenário externo, a expansão da demanda chinesa, o menor preço do petróleo e o reforço das políticas expansionistas têm contribuído para um ambiente mais construtivo e favorável ao crescimento. Isso favorece o Brasil também, em função do aumento do preço das commodities.

Em relação à atividade econômica, espera-se um fraco crescimento A estimativa para o crecimento do PIB no primeiro trimestre de 2017 é de 0,20%, com uma série de incertezas.

Os títulos atrelados ao IPCA, Selic e CDI ainda possuem um bom rendimento, principalmente se comparados à poupança. Porém, como a tendência é de queda destes, agora ainda é um bom momento para a compra destes títulos.

O relatório completo pode ser visto em: http://www.anbima.com.br/data/files/D3/A1/FD/C7/96D5A5104FEB5B9568A80AC2/RelatorioMacro_201702.pdf

Feira do Empreendedor 2017

O SEBRAE-SP realizou entre os dias 18 a 21 de fevereiro a sexta edição da Feira do Empreendedor, no pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. Em 40 mil metros quadrados estavam 440 expositores, com um total de 44 horas de inovação e boas ideias.

A Feira do Empreendedor é um evento organizado pelo SEBRAE há mais de 20 anos, sendo que em São Paulo ocorre anualmente. No total já foram mais de 140 edições realizadas em todo o Brasil, com um púbico visitante próximo a 2 milhões de empresários e potenciais empresários. Trata-se do maior encontro de empreendedorismo do mundo e uma ferramenta para o fomento e a geração de emprego e renda, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico local. Além disso, a feira é totalmente gratuita!



O ambiente foi dividido em arenas (Arena de Franquias e Arena de Negócios), Estandes, 6 Salas de Capacitação e 6 Salas de Conhecimento (Tendências, Oportunidade e Negócios, Mercado e Vendas, Negócios Digitais, Inovação e Empreendedorismo, Sustentabilidade e Capital Humano).
Os dados da penúltima edição, realizada no ano passado, estão abaixo:

Este ano foi a primeira vez que a feira foi temática. Foi construída uma "Cidade Empreendedora", com base no sucesso das lojas modelo. Os visitantes puderam ver estas lojas nas categorias de oficina mecânica, salão de beleza, comércio eletrônico, restaurante, minimercado, papelaria e loja virtual da moda. Também estavam na feira a Vila do Crédito, o Cinema Sebrae e a Clínica.

Segundo o próprio SEBRAE, o evento recebeu 140 mil pessoas nesta edição, número recorde de todas as seis edições. Segundo Paulo Skaf, presidente do SEBRAE-SP, este movimento reforça a crença que a economia será retomada em 2017. Entre os visitantes da feira, 50,8% têm a intenção de abrir uma empresa nos próximos 24 meses, enquanto 20,7% já possuem uma empresa formalizada. Em relação à motivação da visita, 57,1% das pessoas estavam interessadas em participar dos cursos, palestras e seminários, 34% queriam pesquisar sobre equipamentos, fornecedores e serviços e 8,8% buscavam ideias para abrir uma empresa. Os expositores também classificaram a feira como positiva, com um público interessado que acabou gerando novos negócios.

A GFC esteve presente em um dos dias da Feira, no dia 20. As palestras que assisti foram: "Faça do Crédito seu aliado, e não uma armadilha", "Etapas Essenciais para Escolher uma Franquia", "Marketing Digital", "Plano de Ação Financeiro em Tempos de Crise". Cada uma das palestras tiveram duração de uma hora e introduziram um pouco conceitos, de uma forma clara e didática. Além disso,a  feira ainda proporcionou uma forma muito boa para realização de networking. 

A Feira do Empreendedor 2018 já está confirmada. Para aqueles que tiverem a oportunidade de ir, vale a pena!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Entendendo melhor os programas de fidelidade dos cartões de crédito

Os programas de acúmulo de bônus vêm crescendo a cada ano e já existem nos principais bancos, companhias aéreas e comércios do país. Existem também redes que são formadas por diversas empresas, possibilitando a troca dos pontos em diversos segmentos.
Porém, o consumidor deve tomar cuidado com a grande oferta de programas desse tipo, pois sempre existem alguns que acabam resultando numa dor de cabeça, no final das contas. O consumidor deve conhecer, primeiramente, o funcionamento do programa. A pontuação costuma ser conquistada a partir dos valores gastos em compras. O que acaba variando de cartão para cartão é a quantidade de pontos que pode ser convertida em cada compra.
Listamos abaixo alguns dos principais programas de pontos:

1) MasterCard Surpreenda - Cartões com bandeira Mastercard

Cadastro: https://surpreenda.naotempreco.com.br/rewards/vouchers/surpreenda/cadastro?CMP=ILC-gateway-offers-br

Funcionamento: Ganhe 1 ponto toda vez que o cartão for utilizado

Benefícios: pague 1 produto e leve 2, a partir de 5 pontos e troca de pontos por vouchers

2) Vai de Visa - Cartões com bandeira Visa

Cadastro: https://www.promocoesvisa.com.br/vaidevisa/site/cadastro/dados-pessoais

Funcionamento: clientes Visa têm ofertas exclusivas dentro e fora do Brasil. São diversos benefícios em restaurantes, hotéis, compras e outros serviços.

3) Programa Sempre Presente - Itaucard

Funcionamento: as compras feitas no cartão de crédito são convertidas em pontos, que podem ser trocados por passagens aéreas, produtos, locação de automóveis, assinatura de revistas, ingressos de cinema.

Observação: o cartão tem anuidade

4) Programa Pontos Caixa

Funcionamento: as compras realizadas com cartões de crédito participantes do Programa poderão ser convertidas em pontos para serem resgatados e utilizados no Programa TudoAzul, Programa Smiles, Programa Multiplus Fidelidade, Programa Victoria da TAP, entre outros.

Observação: o cartão tem anuidade

5) Programa Ponto pra Você - Banco do Brasil

Funcionamento: use os cartões de crédito Ourocard e ganhe pontos. Há parceria com empresas aéreas , com a Livelo e com a Dotz.

Observação: o cartão tem anuidade

6) Fidelidade Bradesco

Funcionamento: a utilização do cartão de crédito Bradesco possibilita o resgate de facilidades, através do Livelo.

Observação: o cartão tem anuidade

7) Multiplus (RECOMENDADO)



Funcionamento: você junta os pontos que ganha em seu dia a dia em uma única conta, e pode aproveitar mais oportunidades para troá-los. É possível juntar em uma única conta pontos de compras a partir do Programa Ponta pra Você, Fidelidade Bradesco, Caixa, Itaucard, Santander Esfera, SICOOB, km de vantagens dos postos Ipiranga, Netshoes, Dafiti, Droga Raia, EasyTaxi, Natura, entre outros. A troca de pontos pode ser feita em produtos e passagens aéreas.

Cadastro: https://www.pontosmultiplus.com.br/login/

Não possui custo!

8) Dotz (RECOMENDADO)

Funcionamento: Faça compra em sites e lugares que rendem Dotz, ou utilizando o cartão Ourocard do Banco do Brasil, e troque por eletrônicos, ingressos de cinema, recarga para celular, passagens aéreas, vales-compras e pagamento de contas.

Cadastro: https://www.dotz.com.br/Cadastro/Criar-Conta/Dados-Pessoais.aspx

Não possui custo!

9) Santander Esfera

Funcionamento: compras com o cartão Santander geram bônus que podem ser trocados por produtos, serviços e viagens. 

Neste artigo da Exame, é mostrado o ranking dos programas de anuidade, com informações da anuidade, a conversão dos pontos e a validade destes.

esta reportagem do G1 mostra uma comparação na troca de pontos por produtos entre diverentes programas.

Portanto, existem inúmeras opções, cabe a cada um se informar e ver qual programa realmente vale a pena.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Conta Universitária: será que realmente vale a pena?

O começo da vida universitária é uma verdadeira nova etapa na vida das pessoas. Muitos jovens, que até então moravam em casa com os pais, passam a ter que viver sozinhos, sem comodidades como comida pronta, roupa lavada e, principalmente, contas pagas. Dessa forma, os grandes bancos viram uma enorme oportunidade para conquistar tal público. Criaram as chamadas Contas Universitárias, destinadas exatamente para esse público.

A ideia da Conta Universitária é oferecer aos estudantes tarifas bem mais baixas do que as oferecidas em outras modalidades de contas, a fim de fidelizar futuros clientes. Este tipo de conta pode ser aberto até por quem não estiver trabalhando, e também não é necessário comprovar renda para ter cheque especial, cartão de crédito e outras vantagens. Ou seja, no fundo, a Conta Universitária é a mesma coisa que uma conta corrente, com uma tarifa para cesta de serviços mais atraente. 

Vejamos abaixo a comparação entre as principais contas universitárias disponíveis no mercado, seus serviços oferecidos e a comparação com a conta com serviços essenciais, isenta de mensalidade.

* Os dados foram coletados a partir dos sites das próprias instituições financeiras

Além destes serviços, há alguns diferenciais de uma conta para outra:

1) Banco do Brasil: após a formatura o aluno poderá aproveitar os benefícios por mais 1 ano 

2) Bradesco: grande oferta de crédito para estudantes, com financiamentos para cursos especiais e gastos relacionados à faculdade.

3) Caixa: Há um desconto na mensalidade do primeiro ano.

4) Itaú: oferece desconto para compra e venda de ações. Também possui parceria com estabelecimentos de entretenimento. 

5) Santander: recebimento da carteirinha mundial de estudantes

Para a abertura de conta universitária, os documentos exigidos são: CPF e RG, Comprovante de endereço atualizado, comprovante de matrícula.

Em muitos casos, o universitário acaba pagando todo mês uma tarifa pela qual não necessita os serviços oferecidos, pois estes já estariam contemplados pela conta com serviços essenciais. Nesse caso, vale a pena ficar apenas com esse tipo de conta. Todo banco é obrigado a oferecer essa conta. Para alterá-la, basta ir a uma agência e solicitar a mudança. Caso o universitário realmente necessite de mais serviços, ai sim compensa sentar e listar as prioridades para escolher a melhor conta.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Táxi ou Uber?

A resposta para a pergunta do título é: depende. Assim como quase todos os serviços, antes de apontar qual compensa mais usar, é necessário sempre fazer uma comparação. Neste caso de transportes compartilhados, há variação de preços por uma série de fatores, logo, vale a pena sempre dar uma conferida antes de optar por um ou outro tipo de serviço.
Até algum tempo atrás, os táxis eram a única opção para quem precisasse de um transporte particular. Com isso, estes não tinham uma "concorrência". Porém, nos últimos anos, novas opções de transporte apareceram para poder rivalizar com os populares táxis. 
O aplicativo Vah surgiu para auxiliar quem for precisar de transporte, comparando preços das empresas que oferecem serviço de táxi 99 Taxi e Easy Taxi, além do Uber e do Cabify. A tarifa de todos esses acabam variando de região para região e horário. Por isso, o Vah atua com informações atualizadas constantemente e em faixas de preço.
Márcio Bern, criador do aplicativo, disse em entrevista à Exame que estima que a economia com o uso do aplicativo pode chegar a 30%.  O app também alerta seus usuários quanto à promoções.
Quanto ao uso, o aplicativo é gratuito e bem simples. Basta que o usuário digite o endereço de origem e o destino. O Vah mostrará todos os serviços disponíveis na região e os respectivos preços.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Viajar para os EUA já virou uma realidade?

Segundo levantamentos, o número de brasileiros que foram para os EUA fazer turismo quase quadruplicou entre 2004 e 2011. O país também é o destino favorito dos brasileiros, com destaques para as cidades de Orlando, Miami e Nova York. Para se ter uma noção, os números em 2012 já eram bem expressivos. De cada 13 estrangeiros em Manhattan, um era brasileiro. Estes desembolsaram US$ 1,9 bilhão (equivalente a R$ 3,6 bilhões na época). Esse número colocou o Brasil, na época, como o terceiro país com maior movimentação financeira referente à turismo nos EUA.
Segundo levantamento, 95% dos brasileiros que visitam os EUA fazem compras, em razão dos preços atrativos. 
A figura abaixo mostra o cenário de turistas brasileiros há alguns anos atrás.


Porém, nos últimos anos o Brasil vem passando por uma crise que também afetou o turismo. Nos anos de 2015 e 2016 o dólar atingiu as maiores altas da história, conforme podemos ver no gráfico abaixo:


Isso resultou numa redução do turismo internacional. Porém, ainda assim, os números mostram que os EUA ainda é um destino muito favorito dos brasileiros. Por isso, o que antes era um sonho, agora já é uma realidade.
Os primeiros passos para fazer uma viagem é planejar-se. O tempo deve ser um aliado, pois o quanto antes, as chances de conseguir melhores preços de hotéis e passagens aéreas são maiores. A comparação e verificação do custo benefício deve ser um fator relevante.
Uma forma de "economia" para quem vai para os EUA é em relação as compras. Passar um período evitando comprar algumas coisas no Brasil como roupas, equipamentos esportivos, eletrônicos e produtos de saúde e beleza. Estes costumam ter um preço bem mais atraente na terra do Tio Sam. Veja a tabela abaixo, com base em alguns preços de sites brasileiros e norte americanos, e também de lojas físicas dos dois lugares:

O valor do dólar considerado foi de R$ 3,20, e incidência de impostos de 6,5% sobre os preços nos EUA. Lá os produtos têm a incidência do imposto no caixa, variando de estado para estado. Em média, os preços dos mesmos produtos nos EUA estão 47% mais baratos que no Brasil, mesmo com o dólar ainda estando acima dos R$ 3,00. Portanto, segurar as compras no Brasil e deixar para comprar lá fora acaba sendo uma boa forma de economizar.
Uma outra ação que é importante para quem vai viajar ao exterior é ir comprando dólares aos poucos. Essa medida é importante pois o dólar varia de acordo com a economia, podendo ter altas e baixas. Deve-se evitar ao máximo usar o cartão de crédito lá fora, pois sobre todas as compras há a incidência do Imposto sobre Operação de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF). A compra da moeda nas casas de câmbio têm imposto de 1,1%, enquanto as compras no cartão de crédito têm 6,38% de IOF.
Outro ponto que pode ajudar na programação é utilizar aplicativos de viagens como o Trip Advisor e o Foursquare. Eles possuem a lista de restaurantes, bares, hotéis e atrações dos locais, que podem ser categorizadas por preços e localização. Assim, ver a classificação de preço dos restaurantes pode prevenir aquele susto na hora de receber a conta.
Nos EUA também é muito comum os cupons de descontos. Tanto em hotéis e supermercados, quanto nas notas fiscais das compras, são oferecidas formas de salvar dinheiro nas próximas compras.
Ou seja, uma viagem, seja ela internacional ou não, necessita de planejamento para que o que era pra ser algo de lazer acabe virando uma dor de cabeça.




Índice Big Mac

O índice Big Mac, criado pela revista The Economist em 1986, se baseia na Teoria da Paridade do Poder, que diz que as taxas de câmbio justas entre as moedas dos diferentes países devem se movimentar, de tal forma que, a longo prazo, tenham convergência para uma taxa em que o preço de uma mesma cesta de idênticos bens e serviços deva ser o mesmo em todos os países.
Porém, os diferentes países possuem diferentes culturas, hábitos alimentares, hábitos de consumos, etc, logo, aumenta-se a dificuldade de que diferentes países consumam a mesma cesta de idênticos bens. Dessa forma, uma forma de mensurar isso foi utilizando um dos produtos que deve ser igual e vendido em todos os países, o Big Mac, famoso lanche da rede de fast food McDonald's, composto por dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola frita e pão com gergelim.


A McDonald's Corporation é a maior cadeia mundial de restaurantes de fast food de hambúrguer, servindo cerca de 64 milhões de clientes por dia em 119 países, através de mais de 33 mil pontos de venda. 
Dessa forma, a taxa de câmbio entre duas moedas que faz com que o Big Mac custe o mesmo, quando referenciado em dólares americanos, em qualquer país, é a referência de taxa de câmbio justa, sendo denominada Big Mac PPP.
Os preços variam com os custos locais, tais como aluguéis e salários, que costumam ser menores em países mais pobres, da mesma forma que os ingredientes são comercializados entre os países.
A figura abaixo mostra o mapa global, com a variação dos preços do Big Mac, em Janeiro de 2016. Os locais onde o lanche é mais desvalorizado, em escala vermelha, são Egito e Ucrânia (lanche por volta de US$ 1,46). Já países com supervalorização, em escala de azul, são Suíça e Noruega (lanche por volta de US$ 5,67). 



O Brasil teve em janeiro o Big Mac custando US$ 5,12, equivalente a cerca de R$ 16,50, considerando taxa de câmbio a R$ 3,22 por dólar. Nos EUA, usando como referência, o lanche custa US$ 5,06. Isso mostra que a suposta taxa de câmbio de equilíbrio deveria ser de R$ 3,26 por dólar, mais alta do que a atual. Isso indica um real valorizado demais. O Brasil é líder absoluto, com preço 67% maior do que o esperado. O gráfico abaixo mostra o desempenho do real nos últimos anos:


O índice completo pode ser visto neste link.


Fonte: "Mercado Financeiro - Produtos e Serviços" - Eduardo Fortuna 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Ciclo de Vida Financeira

Não é apenas a nossa idade que nos divide em um ciclo de vida com suas três fases (criança, adulto e idoso). Nas Finanças também há um ciclo de vida que também divide a vida em três etapas, conforme a imagem abaixo. 


A ideia é que as pessoas façam poupanças de parte do que têm de renda para que possam manter ou melhorar suas qualidades de vida no futuro. Este, além de tudo, é cheio de imprevistos, por isso reservas são tão importantes.

O economista italiano Franco Modigliani realizou pesquisas sobre o ciclo de vida, como por exemplo o que está mostrado na imagem abaixo:



Este gráfico mostra que as pessoas têm 40 anos de produtividade em suas vidas, ou seja, é um período de renda constante. O consumo estimado recomendado é de até 80% da renda. Com isso é possível acumular patrimônio para se viver por mais 15 anos depois da aposentadoria.

A primeira parte da curva representa a vida dos 0 aos 20 anos. É a idade onde ainda não se tem renda, a maioria é sustentada por pais, ainda não trabalham. É na juventude, dos 20 aos 50 anos, onde devem ser definidos os objetivos, poupar disciplinadamente, assumir conscientemente riscos e fazer seguros de de vida e de saúde, ainda mais se já tiver dependentes. 
Na meia-idade, entre 50 e 65 naos, a postura já deve ser mais conservadora, para minimizar os riscos. O principal motivo disso é não haver tanto tempo para recuperação de eventuais perdas.
Por fim, na aposentadoria, a partir de 65 anos, pode-se finalmente, aproveitar a vida.
Porém, o brasileiro, em geral, ganha muito pouco. De acordo com o banco mundial, o PIB per capita (medida do Produto Interno Bruto dividia pela quantidade de habitantes de um país) do Brasil em 2015 era de USD 8.538,59, número abaixo do PIB per capita mundial (USD 9.995,55). O ciclo de vida financeiro do brasileiro está representado na imagem abaixo:

Como pode-se observar, até certo ponto da vida, a principal fonte de renda é através do trabalho. Mas com a aposentadoria, esta vai decrescendo até tornar-se quase nula. Por isso, ter outras fontes de receita, como poupança, imóveis, investimentos é fundamental, pois ao contrário do trabalho, esta irá crescer exponencialmente com o tempo, e a partir de certo momento, será a principal fonte de renda. Mas para isso é preciso criar o hábito de poupar e investir!

Mauro Halfeld, em seu livro "Investimentos - Como administrar melhor seu dinheiro", sugere que as pessoas procurem aumentar seus rendimentos por meio de serviços extras, por exemplo. Apesar um esforço desgastante, ele acaba sendo recompensador. Isso tudo porque a fórmula é simples:

Poupança = Receitas - Despesas

Deve-se praticar também o outro lado da moeda. Além de buscar aumentar as receitas, cortar despesas que não são tão necessárias também acabam tendo um peso importante no aumento das poupanças.

Gustavo Cerbasi sugere um plano simples e muito eficiente para garantir o bem estar e renda adequada para toda vida em seu livro "Adeus, Aposentadoria - Como Garantir seu futuro sem depender dos outros". Antes de apresentá-los, alguns pontos importantes: começar o quanto antes (ideal é que o primeiro passo seja dado ao receber o primeiro salário); ter um planejamento para uso do dinheiro, escolhas de carreira, projeto empreendedor, investimentos. A divisão do plano é feito por etapas da vida:

1) Antes dos 20 anos: fase de decisões e incertezas. Os primeiros salários são escassos, por isso o foco deve ser em aumentá-los. As reservas financeiras já podem ser feitas, muitas vezes pensadas para cursos de especialização e fins relacionados ao desenvolvimento profissional. É uma boa hora para aprender sobre investimentos, podendo começar com investimentos mais básicos

2) 20 a 30 anos: é fase de desenvolvimento na carreira e na vida, com muitas mudanças. Por isso, muitas reservas acabam sendo consumidas. Mas em paralelo, o crescimento na carreira traz aumentos na renda. Com o crescimento desta, o esforço em poupar também deve crescer. Sugere-se começar a buscar investimentos mais atrativos.

3) 30 a 40 anos: é uma fase com novas responsabilidades, muitas vezes com a formação de famílias. Por isso, ter um bom controle financeiro é muito importante. Os investimentos devem virar um hábito, com uma parcela fixa das rendas destinada a estes. É uma boa hora para começar um negócio próprio também.

4) 40 a 50 anos: é uma fase de maior acomodação na carreira, com estabilidade e uma configuração familiar. É fundamental que as reservas emergenciais existam. Cada vez mais a carteira de investimentos deve ter menos características de valorização e mais de preservação do patrimônio. Imóveis com potencial de valorização devem ser vendidos ou trocados por imóveis que são alugados ou ações que pagam bons dividendos. Planos de previdência que foram feitos desde cedo já podem começar a ser resgatados.

5) 50 a 60 anos: as orientações são semelhantes à fase anterior, com a diferença que o prazo está acabando, a carreira se saturando, os gastos pessoais aumentando e o senso de urgência aparecendo. É uma boa hora para correr atrás de projetos pessoais e gastar com o que faz bem. Nessa fase nenhum investimento é mais relevante do que o projeto empreendedor. Ser conservador e ficar atendo aos rendimentos dos ativos é importante.

6) 60 a 80 anos: fase da vida que as pessoas começar a se aposentar. Os gastos pessoais aumentam, mas há privilégios como gratuidade do transporte público, meia entrada em cinemas e isenção de imposto de renda vem em contrapartida. Investir nessa fase da vida é acompanhar o desempenho daqueles que prestam o serviço de decidir a aplicação de seus recursos. Estudar sobre o assunto e dividir os investimentos em renda fixa (liquidez para emergências e cuidados com a sucessão patrimonial) e renda variável (atividade empreendedora) são as dicas.

7) A partir dos 80 anos: o objetivo dessa fase é apenas desfrutar a vida. Os gastos não deixarão de crescer, principalmente em relação á saúde, alimentação, segurança. A orientação dos investimentos é  a mesma da fase anterior.

Medidas assim contribuirão para a formação de uma sociedade melhor, mais rica, mais consciente, menos dependente do governo e menos preocupado com o amanhã. Porém, para isso, é necessário agir!


Franquias: um investimento atrativo

O franchising ou franquia é uma atividade que nasceu de uma evolução do sistema varejista. No Brasil, o sistema de franquias foi absorvido rapidamente e o país é hoje destaque mundial, tanto em quantidade quanto no aprimoramento do sistema. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) elabora anualmente um relatório de Desempenho do Franchising Brasileiro. Na edição de 2015 o faturamento levantado pelo mercado de franquias foi de R$ 139.593, 8,3% maior que 2014, mesmo no cenário de crise econômica.



 O número de redes franqueadoras também teve um aumento, de 4,5%, alcançando 3.073 em 2015. O mesmo aconteceu com o número de unidades, que saltou 138.343, representando um aumento de 10,1%. 



Outro número que também chama atenção, num cenário em que muitas empresas estavam fechando, por conta da crise, é em relação à abertura e ao fechamento de novos negócios, conforme a imagem abaixo:


Em relação à geração de empregos, o sistema de franquias também tem um grande impacto, com a criação de mais de 90.000 postos de trabalho em 2015, ano em que a crise foi responsável pelo aumento do número de desempregados.



O sistema de franquias também contribui para a construção de marca brasileiras no exterior. Em 2015 os números mostraram que as marcas nacionais já estavam presentes em 60 países, sendo 134 redes com presença no exterior.

O relatório completo pode ser visto neste link.

Em relação ao sistema de franchising, existem sempre duas figurais participantes: a empresa que propõe a implantar uma rede para distribuição de seus produtos ou serviços, que é denominada franqueadora, e de outro, uma pessoa física ou jurídica que se propõe a implantar a unidade de distribuição, de acordo com os padrões definidos pelo franqueador. Este é o franqueado.
O franchising pode ser definido então como um sistema pelo qual uma empresa possuidora de know-how de produção e ou distribuição de determinado produto ou serviço, sendo também normalmente possuidora de marca conceituada, cede a terceiros, possuidores de capital, o direito exclusivo de distribuição de seus produtos ou serviços, em determinado local ou região, por determinado período, seguindo padrões de operação.

A remuneração do franqueador dependerá do tipo de franquia escolhido. Vale destacar que o franchising normalmente impõe um crescimento exponencial com o tempo, sendo no início os investimentos maiores do que os resultados. O retorno acaba vindo a médio e longo prazo. 

O sistema de franchising pode ser entendido como uma união de investimento com empreendedorismo. Assim, a primeira preocupação do franqueado é com o risco do negócio. Vale ser considerado que este sistema é um sistema de muito sucesso no mundo e que encontra-se em expansão. O sistema possui algumas válvulas de segurança, que envolvem a experiência do franqueador, a formatação do sistema e a força da rede, que minimizam o risco de falência do negócio. O índice que mede o grau de insucesso das franquias é de cerca de 10%, enquanto o mesmo índice para negócios independentes é de cerca de 70%.

Assim como qualquer empresa, uma franquia deve ter toda uma preocupação com sua gestão e administração. Ou seja, simplesmente o negócio fazer parte de um sistema de franquias de sucesso não quer dizer necessariamente que este terá sucesso. O negócio individual precisa ser sólido o suficiente para enquadrar-se no mercado.

Outro fator que deve ser muito bem administrado é a forma como o franqueador repassa seu conhecimento acumulado e suporte ao franqueado, principalmente no início da operação. Outros fatores como localização do ponto comercial  e gestão financeira devem estar sempre atrelados ao planejamento do negócio.

Na hora de escolher a franquia também é importante um estudo. Verificar se o franqueador possui unidades próprias há pelo menos dois anos no mercado, número de unidades e depoimentos de franqueados ajuda a minimizar os riscos. O setor de mercado em que a franquia atua também deve ser considerado.

Em relação ao retorno, é possível se conseguir taxas de retornos de mais de 30% ao ano nas franquias, com prazos de 3 anos. Isso varia de negócio para negócio, mas é uma relação proporcional entre o investimento e o retorno, mostrando ser um investimento bem atrativo.
Para encontrar a franquia certa, existem portais que listam as disponíveis no mercado, inclusive com filtro para setor de atuação e capital inicial necessário:

http://revistapegn.globo.com/Franquias/



Sugestões de leitura sobre o sistema de Franchising: