O índice Big Mac, criado pela revista The Economist em 1986, se baseia na Teoria da Paridade do Poder, que diz que as taxas de câmbio justas entre as moedas dos diferentes países devem se movimentar, de tal forma que, a longo prazo, tenham convergência para uma taxa em que o preço de uma mesma cesta de idênticos bens e serviços deva ser o mesmo em todos os países.
Porém, os diferentes países possuem diferentes culturas, hábitos alimentares, hábitos de consumos, etc, logo, aumenta-se a dificuldade de que diferentes países consumam a mesma cesta de idênticos bens. Dessa forma, uma forma de mensurar isso foi utilizando um dos produtos que deve ser igual e vendido em todos os países, o Big Mac, famoso lanche da rede de fast food McDonald's, composto por dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola frita e pão com gergelim.
A McDonald's Corporation é a maior cadeia mundial de restaurantes de fast food de hambúrguer, servindo cerca de 64 milhões de clientes por dia em 119 países, através de mais de 33 mil pontos de venda.
Dessa forma, a taxa de câmbio entre duas moedas que faz com que o Big Mac custe o mesmo, quando referenciado em dólares americanos, em qualquer país, é a referência de taxa de câmbio justa, sendo denominada Big Mac PPP.
Os preços variam com os custos locais, tais como aluguéis e salários, que costumam ser menores em países mais pobres, da mesma forma que os ingredientes são comercializados entre os países.
A figura abaixo mostra o mapa global, com a variação dos preços do Big Mac, em Janeiro de 2016. Os locais onde o lanche é mais desvalorizado, em escala vermelha, são Egito e Ucrânia (lanche por volta de US$ 1,46). Já países com supervalorização, em escala de azul, são Suíça e Noruega (lanche por volta de US$ 5,67).
O Brasil teve em janeiro o Big Mac custando US$ 5,12, equivalente a cerca de R$ 16,50, considerando taxa de câmbio a R$ 3,22 por dólar. Nos EUA, usando como referência, o lanche custa US$ 5,06. Isso mostra que a suposta taxa de câmbio de equilíbrio deveria ser de R$ 3,26 por dólar, mais alta do que a atual. Isso indica um real valorizado demais. O Brasil é líder absoluto, com preço 67% maior do que o esperado. O gráfico abaixo mostra o desempenho do real nos últimos anos:
O índice completo pode ser visto neste link.
Fonte: "Mercado Financeiro - Produtos e Serviços" - Eduardo Fortuna
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