O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, divulgou hoje pela manhã o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no último trimestre de 2016. No 4º Trimestre o PIB caiu -0,9% em relação ao trimestre anterior, resultado numa queda acumulada de 3,6% em 2016, queda ligeiramente menor que a ocorrida em 2015, que foi de 3,8%. É o quarto recuo trimestral seguido. Os recuos foram em todos os setores: agropecuária (-6,6%), indústria (-3,7%) e serviço (-2,7%). A queda dos três setores no mesmo ano não acontecia desde 1996. Os únicos subsetores que não tiveram queda foi o de energia, atividades imobiliárias, O PIB per capita teve queda de 4,4%. Por conta da recessão, as despesas das famílias tiveram queda de 4,2%.
Olhando o cenário de crise, ao analisarmos o biênio 2015-2016, de acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, pode-se considerar que esta é a pior recessão da história do Brasil, umas vez que até 1948 não havia medições do IBGE para a variação da atividade na economia. A queda acumulado do PIB nesses dois últimos anos foi de 7,2%.
Outro número que chama atenção é a nova queda da taxa de investimento. É o menor nível desde 1995 no 4º trimestre. Os investimentos caíram para 15,6% do PIB, frente a 16,5% no trimestre anterior. A taxa de poupança também registrou o pior nível da série.
Comparando com a economia mundial, os resultados mostram que a situação do Brasil é crítica. Segundo a revista The Economist, nosso país foi o único a ter queda no PIB num ranking de 45 países.
Porém, apesar do cenário ainda negativo, economistas vêm que o Brasil voltou a colocar as coisas em ordem e já apontam que 2017 será um ano de leve melhora. O Risco Brasil, que é um indicador que tenta determinar o grau de instabilidade econômica do país já mostra esse cenário de melhora. São avaliados aspectos como déficit fiscal, turbulências políticas, crescimento da economia e relação entre arrecadação e a dívida. O risco é expresso em pontos básicos, ou seja, 100 unidades equivalem a uma sobretaxa de 1%. Ano passado, na época do Impeachment da presidente Dilma, o risco Brasil chegou a 2,5%. Hoje está em torno de 0,5%.
O crescimento do PIB deve voltar a acontecer neste trimestre. O ano de 2018 será ano de eleições, então oscilações e diferentes cenários podem ocorrer, porém, as maiores probabilidades são de que em 2020 recuperemos por total nossa economia, voltando ao cenário que estávamos antes da crise. Em relação ao dólar, as estimativas apontam que, neste ano, ele permaneça por volta dos R$ 3,20. Um dos grandes gargalos é relacionado ao elevado número de desempregados. Portanto, continuar evitando gastos desnecessários, pagar dívidas, poupar e investir na medida do possível devem continuar na rotina do brasileiro.
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