Em qualquer assunto relacionado ao dinheiro, o conceito de juros acaba vindo junto. Seja em investimentos, no parcelamento de um compra ou no pagamento de uma multa. De maneira geral, podemos entender os juros como o "prêmio" que é pago a quem está cedendo o dinheiro. Juros é o custo do crédito.
Este valor é normalmente expresso como uma porcentagem, a famosa taxa de juros. Essa taxa de juros pode variar por conta de fatores como valor emprestado, tempo de empréstimo e a capacidade financeira do tomador. Logo, podemos dizer que de forma geral, quanto mais longo o prazo da dívida e mais arriscado, maior será a taxa de juros.
A relação entre as taxas de juros e o período de vencimento da dívida é denominada estrutura de prazo da taxa de juros. Ela é ilustrada por uma curva de retornos, a qual relaciona o rendimento dos instrumentos da dívida (percentual) com diferentes prazos de vencimento. A figura abaixo mostra um exemplo da curva de retorno, para os juros privados.
É importante ressaltar que nem sempre a relação é diretamente proporcional entre o tempo e as taxas de juros. As vezes pode ocorrer o oposto.
A taxa de juros é fundamental na economia. A tendência da maior parte das pessoas é do consumo imediato ao invés do consumo futuro. A taxa de juros é um incentivo para postergar esse gasto. Da mesma forma, a fim de atrair investidores a emprestar dinheiro por um tempo mais longo, são oferecidos títulos que pagam taxas mais altas (além disso, o risco também é maior). A estrutura padrão da Renda Fixa funciona a partir desse princípio. Nessa modalidade, a maioria dos títulos, como CDBs, LCIs e LCAs, Tesouro Direto e Debêntures nada mais são que bancos e empresas buscando dinheiro para empréstimos. Logo, o "prêmio" que se paga para quem investiu é justamente a correção do valor com a taxa de juros. É justamente por isso que dizemos que estes investimentos são, de modo geral, seguros, já que têm esse fator de correção do dinheiro. O maior risco é o risco de crédito, ou seja, um possível calote de quem está pegando emprestado.
Fatores adicionais que podem afetar a taxa de juros são a liquidez ou negociabilidade do empréstimo. Ou seja, quanto tempo é necessário para que o investimento seja transformado em dinheiro. Logo, os títulos de dívida que são vendidos mais facilmente costumam ter taxa de juros menor que aqueles que têm pouca liquidez, por conta da relação inversa entre risco e retorno.
A expectativa de inflação também acaba afetando a taxa de juros. Com o aumento da inflação, os preços sobem, logo os pagamentos de juros que uma pessoa recebe acaba tendo menor poder de compra. Logo, antecipando-se a inflação, já estima-se os juros necessários para compensar essa perda de poder de compra.
No Brasil, a taxa Selic é a taxa de juros equivalente à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais. Hoje a taxa está em 12,25% a.a, de acordo com o Banco Central. O gráfico abaixo mostra a evolução mensal da Selic de 1996 até o presente momento.
Podemos ter dois valores para as taxas de juros: nominal e real. A taxa nominal de juros desconsidera efeitos da inflação, enquanto o Juro real já tem a inflação descontada.
Na economia mundial, a comparação das taxas de juros entre os países é feito também pelos juros reais dos países.
Na economia mundial, a comparação das taxas de juros entre os países é feito também pelos juros reais dos países.
A Infinity Asset Management e a MoneYou divulga mensalmente o Ranking Mundial de Juros Reais, que é um comparativo entre as taxas praticadas por 40 países. A figura abaixo mostra o Ranking, no qual, novamente, o Brasil manteve a primeira colocação como melhor pagador de juros
Portanto, existem os dois lados da moeda nos juros: o de quem empresta e o de quem pega emprestado. Recomenda-se sempre estar atento às taxas de juros. Para quem empresta, buscar pelos investimentos que pagam maior taxa de juros. Já para quem toma emprestado, buscar empréstimo com taxas de juros que não pesem tanto.
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