De acordo com pesquisas do Sebrae, a falta de crédito é uma das principais barreiras para o crescimento das empresas. Sem crédito, a empresa não consegue fazer investimentos, pagar suas contas e manter seu capital de giro, freando seu crescimento. Ainda mais no atual cenário econômico, com alta taxa da inflação, que acaba reduzindo todo a cadeia econômica.
Uma das alternativas é o financiamento. Porém, no Brasil as pequenas empresas têm dificuldade para adquiri-los, por serem caros e difíceis de se conseguir.
É muito importante que antes de aceitar qualquer financiamento o empresário faça toda uma pesquisa, levantando o que está disponível no mercado e a conta de quanto terá que pagar. A taxa média de juros para pequenas e médias empresas está entre 30% e 40% ao ano, segundo Michael Viriato, coordenador do laboratório de finanças do Insper, em entrevista à Valor Econômico. É fundamental também que o empresário tenha sua gestão financeira organizada e estruturada, para que eo financiamento não acabe aumentando a bola de neve.
Os tipos de crédito disponíveis são:
- Agência de Desenvolvimento: são organizações que visam fomentar o desenvolvimento local, de forma sustentável. Oferecem taxa de juros mais atrativa e costumam solicitar um plano de negócios estruturado para concorrer. Exemplos: Desenvolve SP, BNDES (vários estados e municípios que oferecem programas)
- Cooperativas de Crédito: são instituições financeiras formadas pela associação de pessoas para prestar serviços financeiros exclusivamente aos seus associados, sem fins lucrativos. As taxas de juros costumam ser menores do que as praticadas pelos bancos comerciais. São autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central. A lista de instituições está disponível neste link.
- Empréstimos Bancários: são oferecidos pelos bancos públicos e privados, normalmente com as maiores taxas, mas com maior volume de oferta.
Empresas de inovação podem buscar algumas linhas específicas, como o BNDES, CNPq, o Finep e a Fapesp.
O Sebrae oferece um meio facilitador de crédito para os pequenos negócios. Por meio do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), o Sebrae pode ser avalista complementar de financiamentos. Com o Fampe as dificuldades de atender os pré-requisitos adotados por instituições financeiras são reduzidas, disponibilizando garantias complementares. Desde o seu início, O Fampe já avalizou mais de 275 mil pequenos negócios, que captaram cerca de R$ 12 bilhões em crédito bancário, sendo R$ 8,69 bilhões o montante de garantias do fundo.
O cartão BNDES também é uma boa alternativa para o empresário. Trata-se de um cartão de crédito que visa financiar os investimentos das micro, pequenas e médias empresas e dos micro empreendedores individuais. Este possui convênio com os principais bancos do Brasil, não exige a aplicação de tarifa e possui taxas de juros mais atrativas.
Já o empresário que estiver disposto a vender parte do seu negócio pode escolher a participação acionária. Existem os sócios-investidores, investidores anjos, fundos de investimento. Em 2011 a FGV realizou um Censo que mostrou que em 2010 foram investidos US$ 3,1 bilhões em empresas brasileiras, sendo que quase metade foi para empresas em estágio inicial de desenvolvimento.
Os investidores anjos costumam buscar empresas bem iniciantes, e costumam investir em média, de R$ 50 mil a R$ 500 mil. Os investidores de seed capital injetam em média de R$ 500 mil até R$ 2 milhões, em empresas mais consolidadas e com produtos definidos. Já os fundos de venture capital investem até R$ 10 milhões. A lista de fundos está disponível neste link. Para estes três casos o empresário deve saber quanto sua empresa vale, ter um bom plano de negócios, deve procurar um bom advogado e ficar sempre atento.
Empresas embrionárias podem procurar programas de incubação e de aceleração, além de investimentos coletivos.
O investimento coletivo (equity crowndfunding) foi criado para empreendedores apresentarem suas propostas e dados financeiros de suas respectivas empresas em plataformas virtuais, buscando uma porcentagem de investimento de até 10% de potenciais investidores. Estes, por sua vez, ganham títulos de dívida conversíveis em ações da empresa. Seguem algumas plataformas:
- Eusocio: https://www.eusocio.com.br/
- Broota: https://www.broota.com.br/
- Fundacity: plataforma internacional, com mais de 67 mil usuários, 40 mil startups, 1.500 grupos de investimentos e 173 países
- Eqseed: https://eqseed.com/br
As opções são inúmeras, porém é preciso fazer uma boa pesquisa e verificar qual o real preço a ser pago, e, se haverá condições de fazer tal pagamento. Da mesma forma que o crédito é um alavancador do negócio, ele também é um dos maiores responsáveis pelo fechamento de empresas, de acordo com o Sebrae.
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